Bom pessoal, de volta com a primeira postagem sobre Cinema e, trazendo para vocês uma resenha feita pelo aluno Hivis Pimenta, do 2° Ano A do nosso colégio (EM), sobre o sucesso "Os Miseráveis", filme que recentemente conquistou 3 estatuetas do Oscar na 85° Edição do Academy Awards. Hivis foi o vencedor de um concurso feito em sala de aula pela professora Josenilda Araújo Damasceno, no qual o título de vencedor iria para o autor da melhor resenha do filme. Gostaria também de deixar aqui os meus sinceros parabéns ao aluno pela ótima explicação do enredo e também pela produção do trabalho. Então sem mais demandas, vamos a resenha do filme! "História: Os Miseráveis logo de início conta a história de um "bandido" na prisão. Esse homem se chama Jean Valjean, ele foi preso ao roubar um pão para alimentar o seu sobrinho, filho de sua irmã. O fato de ele ser preso por um crime basicamente inofensivo nos faz pensar de como o Brasil anda, pois em uma história que acontece no séc.XIX, mais preciso entre os anos de 1815 e 1832, um crime cometido que consequentemente foi gerado pela ganância de umas pessoas (Burguesia) ter condenação tão severa que fez um homem passar 19 anos preso é muita injustiça. Já no Brasil atualmente acontece basicamente o mesmo. Em alguns lugares, pessoas são presas por serem pegas roubando algo que é de extrema necessidade enquanto políticos roubam milhões de reais e saem ilesos.
Jean Valjean sai da prisão, mas naquela época (e hoje continua o mesmo), uma vez presidiário, sempre presidiário, mesmo que esse fosse preso injustamente. Com esse encargo sobre suas costas, Valjean tenta continuar sua vida como ladrão, pois ele seria eternamente visto como um. Um padre o acolhe, mas mesmo assim Valjean rouba todos os itens de prata da casa. O padre o defende alegando que tinha dado toda a prataria para Valjean, dando-lhe uma nova chance de recomeçar a vida longe dali. Tocado com essa demonstração de afeto entre pessoas (que Valjean não via há muitos anos), ele muda de personalidade. O Valjean bonzinho volta a atuar a partir daí.
Anos depois Valjean se torna um rico comerciante e prefeito do local onde moral, dando assim oportunidades para aquelas pessoas menosprezadas pela sociedade, que devido à época eram as mulheres menos favorecidas de dinheiro. Algumas trabalhavam para sustento próprio, outras para o sustento da família, como é o caso de Fantine, que trabalhava para sustentar sua filha Cosette que morava na casa de conhecidos dela.
Fantine é demitida do emprego e no desespero de conseguir um emprego para mandar dinheiro para sua filha ela vende seus cabelos, seus dentes e acaba virando uma meretriz. Reconhecendo-a algum tempo depois, Valjean começa a ajudar Fantine, pois via nela o mesmo que tinha acontecido com ele: uma pessoa boa na tentativa de ajudar alguém que ama, acaba na sarjeta, no fundo do poço, sem pensamento de salvação, só podendo aceitar o destino cruel que a espera.
Fantine conta (ou melhor, canta) sua história para Valjean que decide ajudar a ela e a Cosette. Fantine conta toda sua desilusão do mundo em função da sua ajuda a sua filha ao cantar a música "I Dreamed a Dream", que ficou conhecida na voz de Susan Boyle ao participar do Reality Show Britain's Got Talent.
Essa é uma das cenas mais tristes do filme, Após pouco tempo Fantine fica doente e morre. Valjean tem uma briga com o homem que o mantinha na prisão há vários anos atrás: Javert, que descobre a falsa vida vivida por Valjean, como uma espécie de falsidade ideológica podemos dizer assim. Javert sente ódio por Valjean. Ele diz que nunca irá descansar enquanto não puser aquele enganador de volta na cadeia. E revela que no passado já esteve no fundo do poço também e que para ele, sua vida estava restaurada, pois ele só seguia lei.
Valjean cumpre a promessa feita a Fantine e vai atrás de sua filha Cosette para que fosse cuidada como merecia. Cosette tem 8 anos e mora com o casal Thénardier. Eles eram dois trambiqueiros, donos de uma estalagem onde se aproveitavam de todas as pessoas que ali ficavam. Roubavam dinheiro, jóias, roupas, bagagem, tudo isso como se fosse uma encenação rotineira, mas, no filme, eles fazem com que isso seja engraçado, o que diminui o peso da história por ser um drama. Para ser sincero, o filme estava dando preguiça de assistir, mas quando esse casal entrou em cena, fez com que todo aquele drama que fora acumulado na morte de Fantine e ao som da música "I Dreamed a Dream" fosse extravassado com todos os feitos e vagabundagens dos dois.
Cosette era muito maltratada onde morava. O encontra dela com Valjean foi no meio da floresta enquanto a pobre Cosette tinha ido buscar água. O que me espantou foi que essa cena no filme foi muito ficcional, porque Valjean encontra uma menina, sozinha, de noite, num lugar onde só tem eles dois, o que fez todos que estavam assistindo o filme comigo pensarem: "É agora que Cosette é estrupada".
Valjean volta com Cosette para a casa dos Thénardier e oferece a eles muito dinheiro pela guarda da menina. Como os Thénardier eram muito espertos, fingiram amar a pobre garota para conseguir mais dinheiro percebendo que Valjean parecia ser rico. O desrespeito do Dr. Thénardier por Cosette é tanto, que na tentativa de demonstrar carinho na frente de Valjean, chega a chamar a menina de Colette e Corpette.
Percebendo isso, Valjean dá uma mísera quantia, que para os Thénardier era uma boa quantia, e leva a menina embora. A Sra. Thénardier pela ganância se arrepende da quantia ganha e querendo receber mais dinheiro, aproveitou que o guarda passava por sua porta, que coincidentemente foi Javert, e diz que um homem estranho entrou em sua casa e sequestrou sua querida filha adotiva. Logo então, Valjean ficou reconhecido como sequestrador e teve que fugir com Cosette para não ser preso.
O tempo pula mais uma vez e já vemos Cosette grande e seu "pai" velho. Eu prefiro não falar sobre o filme a partir daqui, porque se eu falar, lançaria muitos spoilers e nunca é bom ler resenhas de filmes ou de livros que contenham spoilers.
Após assistir o filme, para algumas pessoas como eu, ficam perguntas que surgem para testar a nossa capacidade de interpretação. Eu vou listar 4 perguntas que ficaram na minha cabeça após o filme:
1 - O que representa gravoche?
2 - Qual a referência da cena que os estudantes erguem a bandeira vermelha?
3 - O que representa o elefante branco no centro de Paris?
4 - Éponine, quando se junta aos revolucionários alude algum personagem da história francesa?
Bem, vou responder essas quatro perguntas e colocarei algumas imagens para ajudar a compreensão. Gravoche, como é uma criança, muitos irão dizer a coisa mais clichê que existe: que ele representa esperança. Além de ele representar esperança, eu acho que ele é a visão do governo sobre os revolucionários. Mas como assim? Calma que vou explicar. Quando nós tratamos da relação criança-adulto, me vem á cabeça a típica cena: a criança faz birra e o adulto a repreende, fazendo com que muitas vezes ela pare. O governo fa França achava que os revolucionários não passavam de míseros pobres coitados insignificantes, que não mereciam ser ouvidos. Pense aí, os adultos ouvem as crianças sobre assuntos políticos? Claro que não, essa era a idéia do governo, não ouvir o povo, pois para eles não tinha importância o que o povo achava.
Respondendo a segunda pergunta, eu procurei essa imagem, que para mim pode dar a resposta:
Esse quadro representa a revolução francesa. A bandeira erguida representa vitória do povo. Na real revolução francesa, o povo ganha a batalha, mas no filme a coisa muda de direção. Ele iriam até o fim pelos seus ideais e foram até o fim. FIM. Nessa pintura está JOana D'ark com a bandeira da França balançando ao vento. Mas o que Joana D'ark tem a ver com os miseráveis? Já é a resposta da última pergunta. Éponine representa Joana D'ark, porque JOana se vestiu como um homem e foi lutar. Uma cas cenas do filme mostra Éponine colocando faixas e panos para esconder os seios, um dos métodos supostamente usados por Joana D'ark.
E o elefante branco? Ah... O tal elefante branco que aparece em Paris. Se você já foi a Paris, deve ter percebido que lá não existe elefante gigante branco no meio da cidade. Para mim, esse elefante representa a resistência do povo sobre as repressões do governo. Resistência? Sim. Pensem comigo, aquele elefante devia ser feito de cimento ou mármore, dois materiais bem resistentes. Logo na primeira cena do elefante, Gravoche sai de dentro dele, que para mim pareceu que essa cena dizia: "Por mais que o governo tente nos derrubar, vamos continuar resistentes". E é isso que fazem os revolucionários resistirem até não poderem mais. Fazendo pesquisas, descobri que o elefante branco tem vários significados como, por exemplo: significa coisa grande e vistosa, mas que não serve para nada. teve origem no antigo Sião onde o rei costumava presentear pessoas com um elefante branco, animal raro e sagrado. A pessoa não podia recusar o presente e tinha que levar o animal para casa, apesar de todos os problemas que isso iria causar.
Na Tailândia, possuir um elefante branco era considerado (e ainda é considerado) um sinal de que o governante reinava com justiça e poder e de que o reino era abençoado com paz e prosperidade. como os animais eram considerados sagrados e as leis os protegiam do trabalho, receber um elefante branco de presente de um monarca era simultaneamente uma bênção e uma maldição. como no filme, o elefante basicamente pertence ao povo, essa história "de que o governante reinava com justiça e poder" era o desejo do povo sobre o governo da época. Resumindo, é difícil saber ao certo qual o significado de elefante branco.
E assim concluo que esse filme é bom e por mais que eu não goste de musicais, esse vale a pena assistir. Recomendo.
Observações Técnicas:
Título original: Les Misérables
Ano: 2013
Colorido: SIM
Duração: 158 min.
Gênero: Drama, Musical
Nacionalidade: Reino Unido.
Formato de Tela: WIDESCREEN ANAMÓFICO
Elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen.
Diretor: Tom Hooper
Não recomendado para menores de 14 anos / Contém: Violência.
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Anne Hathaway ao receber a estatueta de *Melhor Atriz Coadjuvante |
Bom pessoal, e aqui se encerra a resenha do nosso amigo Hivis Pimenta, e eu quero dizer para vocês, assistam o filme, porque realmente é muito bom, e se vocês já assistiram, assistam novamente depois de ler essa resenha, porque eu tenho certeza que vocês verão tudo de uma maneira bem mais compreensiva, recomendadíssimo mesmo.
Por enquanto é isso e até a próxima.
~Cinema